A cena política no Ceará ganhou novos contornos nesta semana, com declarações contundentes e movimentações estratégicas que apontam para um cenário dinâmico até as eleições de 2026.
O principal destaque foi o senador Cid Gomes (PDT), que afastou os rumores sobre uma possível candidatura ao governo estadual. “Eu não sou candidato a governador, definitivamente”, afirmou, encerrando as especulações. No entanto, Cid reafirmou sua atuação política e indicou que seguirá fazendo oposição em Sobral, sua terra natal. Ele também não definiu se buscará um novo mandato ao Senado, deixando em aberto seu futuro eleitoral.
Enquanto isso, outras lideranças de centro, como Capitão Wagner (União Brasil) e o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio (PDT), continuam seus movimentos políticos de olho em 2026. Ambos vêm intensificando as críticas ao governo estadual, especialmente na área da segurança pública, mas ainda carecem de propostas concretas que os diferenciem da direita bolsonarista e da esquerda governista.
A trajetória política de Wagner tem gerado dúvidas entre eleitores devido a mudanças em seu posicionamento. Após um período de afastamento do bolsonarismo, ele voltou a se aproximar do grupo nas eleições municipais de Fortaleza, o que pode afetar sua base de apoio. Já Roberto Cláudio também passou a flertar com figuras da direita, como o deputado André Fernandes (PL) e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, o que gera incerteza sobre seu posicionamento político.
No campo nacional, Capitão Wagner deve se engajar na campanha de Ronaldo Caiado (União Brasil) para a presidência da República, o que pode fortalecer seu partido no Ceará. Enquanto isso, Roberto Cláudio segue em um caminho indefinido, mantendo oposição aos governos estadual e municipal, mas sem um alinhamento claro dentro de seu partido.
O governo estadual, por sua vez, reagiu às críticas. O chefe da Casa Civil, Chagas Vieira, rebateu as declarações de Wagner e Roberto Cláudio, afirmando que “oposição é importante, mas quando age com hipocrisia, vira piada”. Essa postura indica que a gestão de Elmano de Freitas (PT) está atenta às investidas opositoras e se prepara para os embates futuros.
Elmano tem priorizado áreas como saúde, educação e energias renováveis, mas enfrenta seu maior desafio na segurança pública, que continua sendo o principal alvo da oposição. A pressão para que o governo apresente soluções concretas para reduzir a violência no estado tende a aumentar nos próximos meses.
Enquanto isso, a direita cearense segue se reorganizando de maneira mais discreta. O deputado federal André Fernandes (PL), por exemplo, subscreveu uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que reduz a idade mínima para candidatos a cargos como presidente, governador e senador. Se aprovada, a medida permitiria que Fernandes concorresse ao governo estadual em 2026, ampliando o leque de possibilidades para a oposição.
Com a aproximação das eleições, o cenário político do Ceará segue em ebulição. A direita tenta consolidar alianças, a esquerda busca fortalecer sua base e o centro segue sem uma identidade definida, oscilando entre diferentes campos políticos. Os próximos meses serão decisivos para definir quais desses grupos terão mais força no embate eleitoral que se aproxima.