Quatro policiais militares enfrentam julgamento por acusações de sequestro, tortura, homicídio, ocultação de cadáver e participação em uma organização criminosa. O caso remonta ao desaparecimento de João Paulo de Sousa Rodrigues, um frentista de Fortaleza, que desapareceu há quase nove anos após uma abordagem policial.
O júri, que se inicia nesta segunda-feira (6), está programado para ocorrer ao longo de três dias no 1º Salão do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua. Os réus, identificados como Haroldo Cardoso da Silva, Francisco Wanderley Alves da Silva, Antônio Barbosa Júnior e Elidson Temóteo Valentim, foram denunciados pelo Ministério Público em dezembro de 2015 pelos referidos crimes.
O desaparecimento de João Paulo foi marcado por um período de angústia e dor para sua família, como destacado por sua mãe, Margarida Sousa Rodrigues. Ela espera que o julgamento traga justiça após anos de espera e incerteza, enfatizando que seu filho era um trabalhador e não merecia tal destino.
O promotor de Justiça Marcus Renan Palácio de Morais Santos, representando o Ministério Público cearense no julgamento, expressou confiança na condenação dos quatro policiais militares, destacando que o MP tem acompanhado o caso desde o início e acredita na responsabilização dos acusados.
O desaparecimento de João Paulo ocorreu em setembro de 2015, quando ele foi visto pela última vez sendo abordado pelos quatro policiais enquanto se dirigia ao posto de combustíveis onde trabalhava. Segundo investigações, ele teria sido torturado e assassinado dentro da viatura policial, com seu corpo nunca sendo encontrado.
A denúncia do Ministério Público apontou que o crime teria sido cometido a pedido do empresário Severino Almeida, proprietário do posto de combustíveis, suspeitando que João Paulo estivesse envolvido em atividades criminosas. No entanto, o empresário foi impronunciado pela Justiça em 2018 devido à falta de provas de sua participação.